Na quarta-feira (31), o conteúdo das conversas dos três policiais foi divulgado por reportagem da RBS TV. Parte das conversas teriam sido apagadas, mas foram recuperadas pelo Núcleo de Perícias do Ministério Público (MP).
Entre os assuntos, eles questionam se o jovem está morto, se saiu caminhando ou se teria se afogado. Em outra conversa, um dia após a abordagem e desaparecimento de Gabriel Marques Cavalheiro, o soldado De Lima envia uma notícia sobre o desaparecimento do jovem ao sargento Jacobsen, que responde debochando que a culpa seria do “gordinho” (Pedroso), o policial que teria dado o tapa e os golpes de cassetete em Gabriel.
Na madrugada do dia 14, Pedroso manda mensagens para o colega. Ele avisa que “ligaram do QTL”, o quartel na linguagem policial, e que alguém viu Gabriel entrando na viatura. Também diz que a Polícia Civil já sabe. Ele ainda comenta que o jovem “tem que aparecer, de preferência, vivo”.
O caso
Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu por volta da meia-noite do dia 12 de agosto, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. Depois disso, o jovem não foi mais visto.
O corpo dele foi encontrado dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava pé. Os três policiais (Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso) que abordaram o jovem foram presos na sexta-feira (19) a noite e estão no presídio militar em Porto Alegre desde então. Eles já foram interrogados pela Polícia Civil e pela Justiça Militar e as defesas negam agressões e assassinato. O Inquérito Policial Militar foi remetidoo à Justiça Militar dia 29, e encaminhado ao Ministério Público (MP) dia 30.